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Recomendação médica

Um dos organismos oficiais com maior influência mundial na criação de leis e decretos que visam a saúde da população, a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece claramente em um documento publicado em 2006 que as ondas EMF não oferecem nenhum risco à saúde da população — posicionamento esse que é compartilhado por diversas figuras da medicina, principalmente no campo da oncologia.

De acordo Gary Larson, oncologista diretor do ProCure Proton Therapy Center (uma clínica médica dos Estados Unidos especializada no tratamento de câncer), a maior prova de que a radiação EMF não é nociva para o corpo humano é o fato de não existir nenhum surto de câncer cerebral nos últimos anos.

Isso porque, de acordo com as pesquisas feitas com grandes grupos de pessoas sobre os perigos da exposição à radiação ionizante, é necessário um período de sete anos de contínua exposição para que o organismo comece a sentir os efeitos desta radiação caso ela não esteja sendo irradiada de forma concentrada (como aconteceu em praticamente todos os grandes desastres radioativos da história, como a bomba atômica, o vazamento da usina de Chernobyl ou a descoberta de Césio 137 descartado de uma máquina hospitalar por crianças em um aterro sanitário de Goiás).

Considerando que estamos, pelo menos nos últimos vinte anos de nossas vidas, expostos durante o dia inteiro à radiação EMF — seja de telefones celulares, sinais de rádio ou roteadores de internet —, se essa radiação fosse mesmo algo perigoso deveríamos ter um aumento da incidência de gliomas cancerígenos no sistema nervoso central.

O fato é que esse aumento não ocorreu, e o número de casos de câncer do sistema nervoso de manteve praticamente estável durante todo o último século. E, mesmo que existam casos relatados de gliomas que foram sim provocados, ou cujo desenvolvimento foi incentivado, por radiação, das bilhões de pessoas que são irradiadas o tempo todo por esse tipo de radiação, há apenas 73 casos encontrados de pessoas cujo câncer foi provocado por eles. O número é tão pequeno (73 pessoas entre os atuais 6 bilhões de habitantes do planeta) que não só é irrelevante estatisticamente (0,000001% da população mundial) como é tão raro que funciona mais como um indício de que essas pessoas possam ter algum tipo de mutação que as torna suscetíveis a este tipo de radiação.

Ainda assim, todos esses casos foram provocados por radiação ionizante de baixa potência (por exemplo, a utilizada em exames de raios-x ou em radioterapia para tratamento de células cancerígenas) e ainda não foi encontrada nenhuma relação onde a irradiação à frequências não ionizantes (como as dos roteadores Wi-Fi) possa ter provocado o mesmo tipo de comportamento.

De qualquer maneira, alguns médicos alertam que uma exposição muito concentrada a equipamentos cujo nível de radiação é seguro pode causar problemas futuros, principalmente em crianças. O doutor David Carpenter, diretor do Instituto da Saúde e do Meio Ambiente da Universidade de Albany (EUA), lembra que, por ainda não estar totalmente desenvolvido, o corpo das crianças em idade escolar é mais suscetível a variações no nível de radiação do que o corpo adulto, e mesmo que a radiação a que ela é sujeita no dia-a-dia (sinais de celulares da cidade e tudo aquilo que já conversamos sobre) não deverá afetar o desenvolvimento delas, colocá-las em um ambiente fechado onde existem muitos equipamentos eletrônicos funcionando — por exemplo, uma sala de aula onde funcionam roteadores, computadores e celulares capazes de atender 40 alunos — pode criar um concentração de frequências não ionizadas com potência suficiente para interferir no desenvolvimento do organismo dessa criança.

Apesar do alerta, Carpenter avisa que isso é apenas uma conjuntura baseada nas teorias da física sobre como a concentração e a potência de sinais não ionizados pode ser utilizada para interferir sobre um organismo (como já explicamos que acontece no forno de micro-ondas), e que ainda não há nenhum estudo que comprove ou refute essa possibilidade.

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