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É verdade que o sinal do Wi-Fi pode causar câncer?

Nos últimos trinta anos, o telefone e o acesso à internet deixaram de ser itens de luxo para se tornar tão necessários quanto luz elétrica e água encanada em qualquer residência ou prédio comercial. Assim, estamos a todo momento rodeado de aparelhos que emitem e recebem sinais a todo momento: celulares, roteadores, computadores, smart speakers, smartwatches, e praticamente qualquer aparelho que estiver conectado a uma rede de telefones ou de internet. Esse sinais se somam às já mais antigas transmissões de rádio e TV na atmosfera, e fazem com que, a todo momento, em qualquer lugar, estejamos expostos a radiação de todos os lados. Mas será que toda essa exposição pode fazer mal para nossa saúde?

O inimigo da vez

Temos visto o surgimento de um novo debate entre aqueles que desconfiam das inovações tecnológicas: o de que a prolongada exposição ao sinal emitido pelos roteadores Wi-Fi pode causar câncer. Os defensores dessa teoria afirmam que, por causa disso, é necessário desligar o aparelho sempre que não se estiver usando-o — e, se possível, não utilizar roteador Wi-Fi, preferindo conectar todos os equipamentos da sua casa na internet via cabo. Mas por que essas pessoas acham que o Wi-Fi é tão perigoso assim para a saúde?

O motivo principal é o modo como os roteadores Wi-Fi enviam o sinal de internet para os aparelhos: eles utilizam sinais de Radiação Eletromagnética (EMF), o mesmo tipo de radiação emitida pelos celulares para se comunicar com as torres de telefonia e efetuar ligações, e por conta disso esses equipamentos representariam uma série de perigos para o corpo humano.

Os críticos do uso de sinal Wi-Fi citam como prova um estudo realizado em 2013 pelo Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Melbourne, que revelou que a exposição prolongada a sinais EMF pode afetar nossa qualidade do sono. A causa disso estaria na glândula pineal (glândula responsável pela produção de melatonina, hormônio que atua na organização dos ritmos biológicos e regula nosso período de sono), que, de acordo com o estudo, reconheceria os sinais EMF e os traduziria não como um sinal de telefonia, mas como presença de luz. Isso faria com que ela não produzisse a quantidade necessária de melatonina para o corpo, causando um sono mais leve e que faria a pessoa acordar ainda cansada.

Outro dano dos quais os sinais EMF são acusados é de interferir nas atividades de reprodução celular do corpo. Isso porque cada célula hemácia (aquelas vermelhas responsáveis pelo transporte de nutrientes e oxigênio para as outras células do organismo) possui uma espécie de “receptor Wi-Fi” usado para a comunicação das células umas com as outras, e estudos sugerem que o EMF seja captado por esses receptores. Entres as interferência causadas por essa captação estariam a criação de células redondas e perfeitas (o que acaba interferindo na quantidade de nutrientes e oxigênio que pode ser transportado por ela) e interfere também na capacidade delas de se livrar de toxinas e radicais livres, o que no longo prazo comprometeria praticamente todas as funções orgânicas do corpo humano.

E claro, há sempre a ameaça do maior inimigo quando falamos de radiação: o câncer. Os críticos da EMF costumam sempre citar o BioInitiative Report, um documento publicado em 2012 (e atualizado em 2014 e 2017) que reúne os resultados de mais de 1800 pesquisas acadêmicas que sugerem que a constante exposição ao EMF de telefones celulares pode aumentar a incidência de tumores cerebrais nos usuários. Assim, como os sinais de roteadores WI-Fi seriam os mesmos usados pelos aparelhos celulares, eles também seriam um risco para a saúde. E como esses problemas são causados não apenas pela simples exposição, mas pela exposição prolongada a esses sinais, desligar o roteador sempre que possível ajudaria a diminuir essa exposição e, em longo prazo, as chances de se desenvolver algum tipo de câncer.

E, nos últimos anos, a preocupação desses críticos aos roteadores Wi-Fi está sendo “vingada” por algumas decisões tomadas na esfera governamental. Em 2015, a França aprovou uma série de leis que limitam o uso de roteadores Wi-Fi, proibindo o uso desses equipamentos em prontos-socorros e limitando o uso em escolas primárias para somente quando absolutamente necessário para propósitos educacionais.

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